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Como reagir a um insulto?
COMO REAGIR A UM
INSULTO?
Aprenda a dominar
seu ego e estar presente no agora...
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(Leia o texto a seguir com total atenção quantas vezes for necessário. Medite profundamente nos ensinamentos passados por ele...)
A reação pertence ao
passado, a resposta ao presente. Você reage com base em antigos padrões.
Alguém insulta você, de repente o antigo mecanismo começa a funcionar...
No passado, as pessoas insultaram você e você se comportou de
determinada maneira, você se comporta da mesma maneira de novo. Você não
está respondendo a esse insulto e a essa pessoa, você está simplesmente
repetindo um velho hábito. Você não se atentou para essa pessoa e para
esse novo insulto - ele tem um sabor diferente - você está funcionando
apenas como um robô. Você tem um determinado mecanismo dentro de si;
aperta o botão e diz: Este homem me insultou, e então reage. A reação não é em face da situação verdadeira; é algo projetado. Você viu o passado nesse homem.
Uma pequena estória: Buda estava
sentado embaixo de uma árvore falando aos seus discípulos. Um homem se
aproximou e lhe deu um tapa no rosto; Buda esfregou o local do tapa e
perguntou ao homem:
- E agora? O que vai querer dizer?
O homem ficou um tanto
confuso, porque ele próprio não esperava que, depois de dar um tapa no
rosto de alguém, essa pessoa perguntasse: "E agora?"
Ele nunca passou por
essa experiência antes. Ele insultava as pessoas, elas ficavam com raiva
e reagiam. Ou, se fossem covardes e fracas, sorriam, tentando
suborná-lo. Mas Buda não era nem uma coisa nem outra; ele não ficou com
raiva nem ofendido, nem tampouco foi covarde. Apenas foi sincero e
perguntou: E agora? Não houve reação da sua parte.
Os discípulos de Buda ficaram com raiva, reagiram. O discípulo mais próximo, Ananda disse:
- Isso foi demais, não
podemos tolerar. Buda guarde os seus ensinamentos com o senhor e nós
vamos mostrar a este homem que ele não pode fazer o que fez. Ele tem de
ser punido por isso. Ou então, todo mundo vai começar a fazer essas
coisas!
Fique quieto - interveio Buda. - Ele
não me ofendeu, mas você está me ofendendo. Ele é novo, um estranho. E
pode ter ouvido alguma coisa sobre mim de alguém, pode ter formado uma
ideia, uma noção a meu respeito. Ele não bateu em mim; ele bateu nessa
noção, nessa ideia a meu respeito; porque ele não me conhece, como ele
pode me ofender? As pessoas devem ter falado alguma coisa a meu
respeito, que 'aquele homem é uma ateu, um homem perigoso, que tira as
pessoas do bom caminho, um revolucionário.' Ele deve ter ouvido algo
sobre mim e formou um conceito, uma ideia. Ele bateu nessa ideia.
Se vocês refletirem profundamente, seguiu Buda, ele
bateu na própria mente. Eu não faço parte dela, e vejo que este pobre
homem tem algo a dizer, porque essa é a maneira de dizer alguma coisa.
Há momentos em que você sente que a linguagem é insuficiente: no amor
profundo, na raiva extrema, no ódio, na oração. Há momentos de grande
intensidade em que a linguagem é impotente; então você precisa fazer
alguma coisa. Quando vocês estão apaixonados e beijam, abraçam a pessoa
amada, o que estão fazendo? Estão dizendo algo. Quando vocês estão com
raiva, uma raiva intensa, vocês batem na pessoa, cospem nela, estão
dizendo algo. Eu entendo este homem. Ele deve ter mais alguma coisa a
dizer; por isso perguntei: E agora?
O homem ficou ainda mais confuso! E Buda disse aos seus discípulos.
-Estou mais ofendido com vocês porque vocês me conhecem, viveram anos comigo a e ainda reagem.
Atordoado, confuso, o
homem voltou para casa. Naquela noite, ele não conseguiu dormir; É
difícil, quando você vê um Buda, é difícil dormir de novo da maneira
como costumava dormir; é impossível. Uma vez após outra ele era
assombrado pela experiência. Ele não conseguia explicar a si mesmo o que
havia acontecido. Seu corpo todo tremia e transpirava copiosamente. Ele
nunca cruzou com um homem daqueles; ele despedaçou toda a sua mente,
tudo em que acreditava, todo o seu passado.
Na manhã seguinte, o homem voltou lá e atirou-se aos pés de Buda; De novo, Buda lhe perguntou:
- E agora? Esse seu
gesto também é uma maneira de dizer alguma coisa que não pode ser dita
com a linguagem. Ao vir tocar os meus pés, você está dizendo algo que
não pode ser dito comumente, pois no caso as palavras são insuficientes,
não podem conter essas ideias. - Voltando-se aos discípulos, Buda chamou: - Olhe, Ananda, este homem aqui de novo. Ele está dizendo alguma coisa. Este homem é uma pessoa de emoções profundas.
O homem olhou para Buda e disse:
- Perdoe-me pelo que fiz ontem.
- Perdoar? - exclamou Buda. - Mas
eu não sou o mesmo homem a quem você fez aquilo. O Ganges continua
correndo, nunca é o mesmo Ganges de novo. Todo homem é um rio.
O homem
em quem você bateu não está mais aqui; eu apenas me pareço com ele, mas
não sou o mesmo; aconteceu muita coisa nessas vinte e quatro horas! O
rio correu bastante; Portanto, não posso perdoar você, porque não tenho
rancor contra você.
-E você é outro, continuou Buda. - Posso
ver que você não é o mesmo homem que veio aqui ontem, porque aquele
homem estava com raiva, ele estava indignado! Ele me bateu e você está
inclinado aos meus pés, tocando os meus pés; como pode ser o mesmo
homem? Você não é o mesmo homem. Portanto, vamos esquecer tudo. Essas
duas pessoas: o homem que bateu e o homem em que ele bateu não estão
mais aqui. Venha cá. Vamos conversar".
Isso é resposta.
A reação pertence ao
passado. Se você reagir de acordo com os antigos hábitos, sem pensar,
então não estará respondendo. Ser compreensivo é ser totalmente vivo
neste momento, aqui e agora. A resposta é um fenômeno bonito, é a vida. A
reação está morta; é feia, podre, é um cadáver. Noventa e nove por
cento do tempo, você reage e chama a isso de resposta. Raramente
acontece na vida, de você realmente responder; mas sempre que isso
acontece você tem um vislumbre. Sempre que isso acontece, a porta do
desconhecido se abre.
A cada momento você
nasce de novo. A cada momento você morre e a cada momento você nasce. Mudanças enormes acontecem diariamente; trata-se de um fluxo. Tudo
continua fluindo, nada está parado. Mas a mente é uma coisa morta, é um
fenômeno imobilizado. Agindo com a mente imóvel, você vive uma vida
morta. Se não vive realmente, você já está morto e enterrado.
Livre-se das reações. E
tenha cada vez mais respostas. Ser compreensivo é ter a capacidade de
responder. Ser compreensivo, estar sempre respondendo, é ser sensível.
Mas sensível ao aqui e agora.
Osho
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Namastê!
Muito bom. Mas admito que o processo é difícil, muito difícil. O processo de abandonar os velhos hábitos e reações condicionadas. Passamos tantos anos vivendo de forma cega dominados pela mente e pelo ego então reações equivocadas ainda afloram em certas situações. Aplicar na prática o que está no texto é um processo lento. Mas precisamos avançar e crescer em sabedoria, nos livrando dessas amarras de uma imagem ilusória que tínhamos formado do nosso ser.
ResponderExcluirO difícil é superar o instinto. Na teoria é lindo e fácil, mas na prática o ódio explode automaticamente, sem controle. Acho que até um monge se for por muito tempo incomodado vai explodir. Será que temos de ir mesmo contra a nossa natureza ou deixar o rio seguir seu curso?
ResponderExcluirSe for pensar dessa forma temos que extinguir as penitenciárias e deixar que todos que cometem crimes soltos, afinal após 1 segundo eles já não são os mesmos que cometeram os crimes. O que cometeu o crime que é culpado, e não o cara do 1 segundo depois.
ResponderExcluirNão precisa aplicar esse conhecimento no sistema, apenas entenda profundamente o que Buda disse, de forma a perceber como tudo realmente é uma ilusão, inclusive o seu ódio. Namastê
ExcluirAnônimo 10 de novembro de 2017 06:38 Boa
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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